Rihanna fala sobre novo álbum, ter filhos e produtos para pele em entrevista para a VOGUE

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Rihanna já estampou mais capas da Vogue que qualquer outro artista na história. Dessa vez, a barbadiana é destaque na edição britânica de 2020 e cedeu uma entrevista especial e cheia de revelações.

Em suma, a cantora se abriu sobre seus planos para o futuro, construir uma família, ter filhos, experimentação de gêneros musicais, lançar um álbum, uma marca de produtos para a pele, relacionamentos… ENFIM, abaixo você confere a entrevista completa e traduzida. Boa leitura! ;P

OBS: A ENTREVISTA É EXTENSA. PORTANTO, SEPARADOS EM PEQUENOS “TÓPICOS” PARA QUE VOCÊ VÁ DIRETO PARA O SEU PONTO DE INTERESSE.


Vogue

Ela é a mulher com uma voz poderosa. Em sua música – sim, claro -, mas também como uma multibilionária mulher de negócios e uma “defensora da tolerância”. Rihanna fala para Afua Hirsch sobre a vida, amor, seu desejo de ser mãe… e a importância de possuir a edição de maio da Vogue Britânica.

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Aqui vão três coisas para quais Rihanna não tem mais tempo:

Primeira: a mania de colocar extensões de cabelo de molho em vinagre de maçã antes de trançá-las. Mais confortável, sim, mas, como ela me pergunta incredulamente, “E depois fica cheirando a quê? Como a porra de uma naftalina”.

Segunda: dormir. Ela prefere tirar cochilos do que um padrão tradicional de sono, pois assim é melhor para seus ritmos criativos, o que também explica porque era meia-noite em Los Angeles quando a gente se encontrou.

Terceira: agitação. Quando ela chega, tendo sido sugada em um projeto de escrita, ela não havia comido. Oferecem o mundo a ela: comida de qualquer restaurante de Los Angeles? Uma comida pronta, saudável e sofisticada? Ou o que quer que esteja no chão da sala… pretzels talvez? Ela escolhe o último. “Não me importo”, e contrai os ombros.

Enquanto espera por Rihanna…

Estou sentada em um sofá caro no escritório de Jay Brown, co-fundador da Roc Nation, em Hollywood, bebendo um de seus vinhos mais refinados, um Châteauneuf-du-Pape 1998. Enquanto a gente espera por Rihanna – o que, de acordo com a sua notória cronometragem, leva algumas horinhas –, ele me mostra os interiores da Roc Nation. É tanto minimalista quanto extravagante. Há pôsteres da estrela por todos os lados. Você não tem outros artistas? Perguntei. “Sim, mas Rihanna é minha primogênita,” ele me responde. “Estou com ela desde o dia 1.”

… Eis que ela chega!

Rihanna é surpreendida pelas fotos, também. Sua chegada é anunciada por uma agitação lá fora, onde ela viu um grande tríptico fotográfico de si mesma em seu sétimo álbum de estúdio, o Unapologetic. Nas fotos, seu cabelo está no corte pixie preto, simbolizando o disco, e ela está em diferentes estágios de acender um cigarro. “Você copiou isso de mim!”, ela brinca com Jay sobre a arte.

Quando ela me nota, ela fica um pouco tímida, entrando na sala com passos mais hesitantes do que fluídos. Eu levanto e lhe abraço, e ela parece grata pela quebra de gelo, depois recua, esbanjando elogios a minhas tranças, dizendo que sou bonita. “Mas você é Rihanna,” eu quero gritar. “Oficialmente, frequentemente, descrita como a mulher mais bonita do mundo. Passei anos te admirando…”

Aquela Rihanna é, na vida real, timidamente generosa em novas situações, apenas acrescento à qualidade viciante de seu charme. Não consigo parar de olhar para ela. Ela está vestindo a trench-parka extragrande de dois tons de seu último lançamento da Fenty – um casaco cáqui na altura da panturrilha com bolsos e capuz grandes e contrastantes, além de uma cintura com cordão para a silhueta curvilínea da marca registrada. Em suas orelhas estão simples botões diamantados, seu cabelo em trancinhas assimétricas, com um elegante espaçamento do seu rosto.

Posteriormente, ela tira o casaco para revelar um agasalho preto da Balenciaga, sua presença imponente o torna de alguma forma majestoso. Ela parece uma mulher que chefiou vivendo em sua própria pele, que não tem nada a esconder.

Enquanto a gente se acomoda, Brown leva Rihanna a um monitor digital que mede seu alcance em tempo real. Imagine os terminais que os comerciantes financeiros usam na parede para avaliar os mercados, apenas este é o mercado da Riri. De acordo com os dados de Jay Brown, nos últimos 7 dias seus seguidores nas redes sociais aumentaram em até 0.1%, somando 340 milhões, enquanto suas menções no Twitter, no Instagram e no Facebook se assentam nos 734 mil, significando que 2,9 bilhões de contas no mundo inteiro estão com os olhos em Rihanna atualmente.

Muitas das mensagens são as pessoas lhe desejando um feliz aniversário – na semana anterior ao nosso encontro, ela completou 32 anos de vida. Mas a maioria se refere ao seu recente discurso no NAACP Image Awards, que aconteceu em Pasadena, Califórnia. Ao aceitar o Prêmio do Presidente, cujos destinatários anteriores incluem Muhammad Ali, ela emitiu um forte discurso.

“Não podemos deixar a insensibilidade dominar. Quantos de nós nesta sala temos colegas, parceiros e amigos de outras raças, sexos, religiões?” ela perguntou, antes de mencionar algumas das tragédias que se tornaram intimamente associadas ao movimento Black Lives Matter. “Quando estivermos marchando, protestando e publicando sobre os Michael Brown Jrs e os Atatiana Jefferson do mundo, diga a seus amigos para levantarem suas vozes!”

Meu feed estava movimentado também, não somente pela veneração à mensagem de Rihanna, mas também pela graça e equilíbrio de sua entrega; muitos comentando sobre o quão orgulhosos estavam em ver sua jornada partindo de uma sereia de uma ilha ensolarada (Barbados) até chegar em uma mulher de negócios, criativa e ativista. Rihanna diz que ela ainda não assistiu a seu discurso. “Não consigo ouvir minha voz, você sabe.” Surpreende-me a ideia de que Rihanna, sua voz onipresente em nossa cultura, compartilha o medo familiar da emissora ao se ouvir falar.

Sobre ansiedade…

“Eu fico nervosa até antes de entrar no carro para ir a algum lugar,” ela diz. “Pode ser devastador. E quando eu paro no tapete vermelho eu fico…” ela imita uma crise respiratória. “Você está brincando comigo? Eu deixei o Grammys uma vez. Deixei! No meio do meu cabelo e maquiagem. Meu cabelo pela metade, meus cílios pela metade…” Isso foi em 2016 e ela estava predita para performar “Kiss It Better” do ANTI. Na época, disseram que foi por conta de problemas na sua voz, mas ansiedade pode ser muito devastadora. Ela ri disso agora, mas ela quer que eu saiba que é mais difícil para ela do que parece. “Estar nas câmeras, estar em uma sala cheia de celebridades ainda não é uma vida normal para mim, a propósito.”

Sobre seus projetos empresariais e conforto…

Rihanna está, ela acredita, no início de uma nova era, consciente de uma nova década e de suas próprias identidades proliferadoras. Acima de tudo, é uma descrição que ela usa com tranquilidade: “empresária”. Enquanto a gente fala, ela está pronta para lançar um novo álbum, para consolidar o sucesso de sua nova casa de moda de luxo Fenty Maison (a primeira marca LVMH comandada por uma mulher criada a partir do zero), para marcar a continuada ascensão de sua marca de lingerie Savage X Fenty e sua divisora de águas Fenty Beauty, a qual está iminentemente expandindo para o skincare.

Em todos esses esforços, ela é totalmente nômade, fazendo malabarismos com seus negócios enquanto morava entre Londres, onde se sente mais criativa; Paris, onde ela é mais “fashion”; Barbados, onde ela é mais próxima da família; e México, onde ela está mais relaxada. “Eu simplesmente amo o México. Eu realmente preciso fazer meu teste de DNA,” Rihanna ri. Talvez você fosse mexicano em uma vida passada? “Sim,” ela sorri, “talvez eu fosse uma planta de agave.” Pergunto se ela gosta de agave. “Er, não,” diz ela, como se fosse uma pergunta estúpida. “Eu gosto de tequila.”

Sobre música…

Em todos os lugares, nos escritórios de sua gravadora, é difícil ignorar a pequena questão de seu próximo projeto musical – apelidado de R9, porque será seu nono álbum – cuja ausência e atraso foram incansavelmente debatidas por seu exército de fãs. A Rihanna Navy. “Não sei dizer quando vou lançar”, diz ela (pode até sair quando você ler isso). “Mas estou trabalhando arduamente na música”, acrescenta ela, timidamente.

O que podemos esperar? “Eu não quero que meus álbuns pareçam temáticos,” ela diz, tomando um gole de vinho. “Não há regras. Não há um formato. É apenas música boa, e eu sinto isso, estou pondo isso para fora.” Isso significa que, ao contrário dos dizeres, não será um álbum de reggae, eu perguntei, tentando disfarçar minha decepção. Rihanna ri. “Ah não, isso está acontecendo,” ela me tranquiliza. Mas nisso, como na vida, ela não ficará presa. “Sinto que não tenho limites. Já fiz de tudo – fiz todos os hits, experimentei cada gênero – agora eu estou somente aberta. Posso fazer o que eu quiser.”

Sobre pioneirismo e a marca Fenty…

Isso explica em parte porque Rihanna parece ter encontrado um refúgio seguro contra-intuitivo nos mundos implacáveis da moda e da beleza. O lançamento da Fenty Maison no ano passado fez dela a primeira mulher negra a liderar uma grande casa de moda de luxo. “Existem tantas novidades [na criação do Fenty]”, escreveu o New York Times quando o anúncio foi feito, “é difícil acompanhar”.

O visual de Fenty Maison é o pico de Rihanna, a personificação do que o dramaturgo Jeremy O Harris chamou de “imensidão casual”. Seu estilo combina Barbados, Brooklyn, Brixton e Bel Air, e de alguma forma faz com que tudo pareça perturbador, um efeito maior do que a soma de suas peças coletivas de malha ou de botas para-quedas. Uma de suas missões foi subverter o modelo de moda de luxo habitual e “lançar” novas peças diretamente para os consumidores no site da Fenty, em vez de esperar seis meses da passarela para a venda. Parecia uma boa ideia na época, ela me diz. “É tão fácil montar algo para uma pista, porque você tem seis meses para aperfeiçoá-la na produção. É muito mais desafiador criar algo em um curto espaço de tempo e ser perfeito.”

Claro, tem que ser perfeito. “Me recuso a lançar qualquer coisa que não esteja a par do meu nível de qualidade,” ela diz, “O ângulo da bainha, o tamanho da manga, o ponto… Se este não é o ponto certo que eu quero.”

A primeira coleção foi uma homenagem à Grandassa Models – jovens negras que, em Nova York, no início dos anos 60, promoveram o movimento Black is Beautiful, com cabelos naturais e roupas africocêntricas. Para coincidir com o lançamento, ela compartilhou uma imagem vintage, tirada pela influente fotógrafa Kwame Brathwaite, em seu Instagram. Mostrou modelos no Harlem no Dia de Marcus Garvey, posicionados na frente de um cartaz que dizia “Compre preto”.

“Sendo a primeira mulher negra a liderar uma casa de luxo, especialmente sob a LVMH, foi um grande negócio vê-lo apenas encorajando as pessoas a comprarem preto,” diz Rihanna. “Eu me senti conectada a ele e sabia por que realmente me fazia sentir que não há como ignorar isso.”

Talvez isto é porque, assim como há uma mensagem política, há uma missão fashion por trás da Fenty Maison que o designer sente que seu padrão de qualidade deve ser definido altamente, sem ambiguidade. As primeiras peças de 2020 foram rotuladas como “liberdade”, e usado por um elenco que a marca descreveu como ” maravilhosamente livres e destemidamente criativas”: Amy Sall, uma empreendedora e ativista cultural afro-diaspórica; Kai-Isaiah Jamal, um modelo trans; Alexandra Genova, jornalista da herança americana nativa; e Amrit, um artista e músico que morava nas ruas.

Sobre imigração e seu trabalho filantrópico…

De fato, as conexões de Rihanna são mais pessoais e complexas do que costumam ser retratadas. É muito bem documentado de que a estrela nasceu e foi criada em Barbados, mas sua mãe. Monica, era uma imigrante da Guiana (colônia britânica na América do Sul) no Caribe. Rihanna me conta que os imigrante guianenses não eram populares em Barbados quando ela estava crescendo. “Os guianenses são tipo os mexicanos de Barbados,” ela diz. “Então eu me identifico – e esta é a razão pela qual eu realmente simpatizo com as pessoas mexicanas ou latinas, que são discriminadas na América. Sei como é ter a imigração em sua casa no meio da noite e arrastar as pessoas para fora.”

“Não minha mãe, minha mãe não era ilegal,” ela esclarece cuidadosamente, “mas vamos dizer que eu sei como é essa luta. Eu já testemunhei isso. Já estive nisso. Eu tinha provavelmente 8 anos de idade quando eu vivenciei aquilo no meio da noite. Então eu sei o quão cruel isso é para uma criança – e se fosse com meus pais, posso garantir que a minha vida seria uma bagunça.

“Então quando eu vejo essas injustiças acontecendo, é difícil ignorar”, Rihanna continua. “É difícil fingir que não está acontecendo. As coisas às quais eu me recuso a ficar em silêncio, essas são as coisas em que eu genuinamente acredito.”

E não apenas na América. Morar em Londres, diz Rihanna, deu a ela uma perspectiva diferente sobre a luta global contra o racismo e a injustiça. “Eu acho que a brutalidade policial é provavelmente extremamente severa na América, mas o racismo está vivo em todo lugar. Em todo lugar ”, ela enfatiza. “É o mesmo [no Reino Unido]. Ou é flagrante, que está se tornando cada vez mais uma norma, ou é subjacente, onde as pessoas nem sabem que elas estão sendo óbvias sobre isso. Você sabe, é apenas uma camada subconsciente incorporada de todo a base.”

Sobre estratégia comercial e diversidade…

É o primeiro sentimento que entendo pessoalmente que a maneira gentil de Rihanna esconde uma firmeza, um senso não de sua marca ou uma estratégia para impressionar, mas dos valores que realmente a fazem mudar. Sua escala como transformadora é um fenômeno da época. Quando sua marca de lingerie Savage X Fenty apresentou seu primeiro fashion show na New York Fashion Week ano passado, foi um estudo de caso em design de produto inteligente e preços inteligentes; quando você se inscreve pela primeira vez, você recebe dois sutiãs por 29 libras, os conjuntos de preço completo começam em 15 libras. Mas a verdadeira mudança – testemunhada em seu imersivo programa de lançamento, que também foi transmitido na Amazon – é quem pode e quem gostaria de comprá-lo.

Desde o início, a Savage X Fenty, que é enviada para 210 países, afirmou sua relevância para uma ampla gama de mulheres – sejam elas trans, deficientes ou curvilíneas – lançando modelos para várias comunidades. Não parece tokenismo quando Rihanna faz isso. Mesmo antes do lançamento da marca, os fãs sabiam que ela ofereceria tamanhos de XS a 3XL, enquanto se colocava no lado certo dessa linha traiçoeira entre explorar a sexualidade feminina e convencer-nos de que a vestíamos com sutiãs de renda recortados, calções justos e atrevidos e sem entalhe. Biquínis são um ato de empoderamento. Já se diz que valem cerca de US $ 150 milhões.

É certo que este é um peixe relativamente pequeno em comparação com o Fenty Beauty, que Rihanna fundou há quase três anos e agora é um colosso de mercado no valor de cerca de US $ 3 bilhões. Além disso, o “efeito Fenty” – outras marcas de maquiagem, há muito culpando por negligenciar as mulheres de cor, oferecendo poucas ou mais tonalidades mais profundas, subitamente aumentaram seu jogo de diversidade – ajudou a estabelecer 40 tonalidades como um novo padrão do setor. Mas Rihanna é relutante em relação a se celebrar. “Fico chocada com as pessoas dizendo ‘Oh, meu Deus, o que fez você pensar em fazer maquiagem para garotas negras?’”, ela continua, “Fico tipo, ‘O quê? Você achou que era uma estratégia de marketing? Como se eu fosse um gênio? É chocante na maioria das vezes,” ela diz. “Então é decepcionante que isso seja inovador agora. Na minha opinião, isso era normal.”

É realmente verdade que ela reescreve toda a cópia nos rótulos dos produtos Fenty Beauty? “Oh sim! Escrevo toda a cópia para os sites, as descrições dos produtos, os nomes dos produtos, os nomes das cores…” ela confirma. Ela não tem uma equipe enorme fazendo tudo isso por ela? “Eu tenho uma equipe enorme, mas não acho necessariamente que o tom deles seja o meu. Eu me sinto como uma fraude vendendo algo que eu não aguento.”

O próximo passo: FENTY SKIN

Em seguida, o lançamento de sua linha completa de produtos para a pele, Fenty Skin. Até agora, os fãs tiveram que se contentar com uma dupla de “preparação para os lábios” da Pro Kiss´r Scrub and Balm e seu óleo cintilante Body Lava mais vendido. Mas Rihanna diz que teve que se esforçar para alcançar o mesmo nível de perfeição. “Cuidados com a pele, é a verdade. Ou funciona ou não. Não há onde se esconder.” Por um momento ela parece preocupada.

Sobre vida pessoal e relacionamentos…

Nos últimos três anos, Rihanna morou principalmente em Londres, onde diz que adora gravar música e criar em geral. A notória garota festeira está um pouco menos comprometida nos dias de hoje, e ela se encarrega de fornecer um aviso sobre por que, quando sai, é com a multidão mais extravagante.

“Gosto porque eles são bem bougies para se importarem comigo. Quando vou para esses lugares, sou invisível. E nada faz eu me sentir melhor do que ser invisível.” Para onde ela gostaria de ir se a visibilidade não fosse um problema? “Prefiro ir para Brixton”, ela ri. “Mas se eu fizer isso agora, e tentar comer algo jamaicano, será um evento, sabe? Então, se eu quero uma noite de folga, vou sair com as pessoas com quem nunca sairia. E eu estou apenas na minha bolha. O que eu realmente gosto em Londres.

Ela diz que pode sentir que agora é o início de uma nova fase. Seu longo relacionamento com o bilionário saudita Hassan Jameel (mantido bem longe dos olhares da internet) acabou recentemente, e a atitude de Rihanna não é sem contexto. “Desde que completei 32, estou percebendo que a vida é realmente curta. Você não tem tempo de sobra para tolerar merda, sabe? Você põe coisa demais no seu prato. Quando você se sente sobrecarregada, você precisa começar a eliminar coisas. E eu estou muito sobrecarregada,” ela diz. “O que está acontecendo agora é que agora eu sou preto e branco. Meu cinza acabou.”

O prato de Rihanna está cheio e girando. Agora está perto de 4 da madrugada, e seja o corretivo Fenty Match Stix ou os famosos níveis de energia, ela não mostra sinais de fadiga. Ela explica suas visões acerca do seu equilíbrio trabalho-vida – ou seja, que não existe, porque as duas coisas são iguais. Sua equipe, um grupo principal de mulheres que são tão sociáveis quanto sérias, trabalha onde ela trabalha, que está em toda parte. No lugar das festas à noite, ela agora simplesmente escolhe trabalhar com uma bebida na mão.

“É verdade”, Rihanna ri. “Vamos trabalhar e trabalhar e trabalhar. E então chegamos a este platô e pensamos: ‘OK, ou estamos indo para a cama ou podemos continuar trabalhando’. E então pensamos: ‘Ei, está morto?’ dá um tiro. Então pensamos: ‘OK, precisamos dar um jeito nisso’. Todo mundo toma um café expresso, depois ligamos algumas músicas e pensamos ‘Continue trabalhando’. ”Não consigo manter um olhar de preocupação no meu rosto. Isso é sustentável? “Ah não!” ela exclama. “Estou trabalhando assim agora para não precisar no futuro.”

Sobre ter filhos…

“Sei que quererei viver diferentemente,” ela continua. A principal diferença que ela tem em mente é crianças. Quando eu questiono onde ela se vê em 10 anos, ela diz, em um tom distintivamente Bajan de descrença, “Dez anos? Eu terei 42! Serei uma anciã.” Ela divertidamente ignora minha indignação (tenho quase 40 anos). “Terei crianças – 3 ou 4.”

E se você não conheceu a pessoa certa, imagino, você faria isso sozinho? “Sim,” vem a resposta inequívoca. “Eu sinto que a sociedade me faz querer sentir como ‘Você entendeu errado…’ Eles diminuem você como mãe se não houver um pai na vida de seus filhos. Mas a única coisa que importa é a felicidade, esse é o único relacionamento saudável entre um pai e um filho. Essa é a única coisa que pode criar um filho de verdade é o amor.”

Sobre pressão…

Tudo se resume ao amor para Rihanna. A Fenty Beauty é, ela diz, uma longa carta de amor para sua mãe – que, quando criança, ela assistia aplicar maquiagem. Ainda assim, estou tentando entender como essa pessoa que, a partir dos 15 anos, cresceu sob as pressões tóxicas da fama e do escrutínio da imprensa, parece tão íntegra, tão cheia de luz.

Parece que a verdade para Rihanna é que ela é a única que escapou. “Você deveria seguir esse caminho – é uma questão de tempo. Você é uma estrela infantil. Você é uma one-hit-wonder”, ela diz, melancolicamente. “Todas essas coisas se infiltram em você, e depois de um tempo me levou a esse lugar, tipo, eu me tornei uma selvagem. Hollywood jovem? Isso não era novidade para mim. Essa foi a minha casa.

Dawn está se aproximando agora, e começo a entender que passei a noite com uma mulher que é honesta – com o mundo e consigo mesma. E é essa qualidade que não apenas diferencia Rihanna, mas também pode ser o segredo de seu sucesso. “Eu sempre procurei o que posso segurar em termos de sanidade e lealdade. Eu sempre procurei o que é real.”


Colaborou neste post: Bruno Azevedo, com tradução de Luis Henrique

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